terça-feira, 23 de outubro de 2007

Imagens Proibidas

Imagens Proibidas

O principal argumento apresentado pelos que defendem a cultura de imagens é a ordem de Deus para que se construíssem as esculturas de querubins e da serpente de metal, em episódios diferentes narrados na Bíblia no livro de Êxodo 25:18-20 (aqui os querubins de ouro) e em Números 21:8,9, em trecho combinado com Reis 18:4 (as serpentes).

O fato de Deus ter mandado fazer essas esculturas tem tanto valor quando aquele em que Ele proibiu, na lei, o povo de fazê-lo. Moisés não questionou a ordem de Deus, alegando o segundo mandamento, exatamente porque tudo o que Deus ordena é Lei. Deus não é limitado, nem humano, para que suas ordens tenham uma hierarquia, de forma que umas sejam mais importantes que outras.

Veja bem: há um mandamento na lei de Deus que diz o seguinte: “NÃO MATARÁS”. No entanto, o povo de Deus praticou muitas mortes por ordem de Deus. Na invasão de Jericó (Josué: cap. 6) todas as pessoas da cidade – velhos, crianças, jovens, adultos, mulheres grávidas – foram mortas e Josué nunca questionou o mandamento de Deus dado na Lei: simplesmente cumpriu a ordem de Deus então dada.

A ordem de Deus para essa execução em massa não nos autoriza a matar ninguém, a não ser que Deus nos dê uma determinação nesse sentido. Da mesma forma, a ordem de Deus para Moisés construir as imagens da serpente e dos querubins não nos autoriza a construir imagens, pois isso está primariamente proibido pela lei de Deus.

Observando ainda o trecho complementar de 2 Reis 18:4, nota-se que a imagem da serpente foi destruída depois de que seu papel curativo já não fazia sentido. O povo estava a usar a imagem da mesma forma que os idólatras usam hoje: queimando incensos e dando a esculturas nomes especiais e de conteúdo idolátrico (‘Neustan’ passou a ser o objeto de adoração).

Note-se, ainda, que a destruição da imagem da serpente foi parte do plano de restabelecimento do culto ao Senhor, pelo rei Ezequias. Logo, culto ao Senhor e imagens não têm nada em comum.

E o fato mais notável dessa história da destruição da escultura da serpente é que o bom rei Ezequias destruiu imagens que tinham sido construídas por ORDEM DO PRÓPRIO DEUS! Que coisa mais marcante, não acha?

Isso vem a propósito de que muitas pessoas, hoje em dia, têm receio de destruir imagens, ou simplesmente vilipendiá-las, por acharem que elas têm algum valor por terem sido feitas por ordem de alguém que tem cargo importante na igreja, mas não é DEUS!

Um outro argumento muito utilizado na mesma direção é a justificativa de que as imagens hoje veneradas no catolicismo não excluiriam Deus, já que as pessoas que as cultuam teriam o Deus verdadeiro como seu Senhor. Por outro lado, tais imagens seriam de santos e não de bezerros, serpentes, figuras outros animais.

Não seria necessário outro trecho bíblico que não o do decálogo para ver esse argumento desmontado, visto que o Senhor não apenas proibiu a fabricação, simplesmente, nem usou termos restritivos ou particularizadores: muito ao contrário, para evitar qualquer desvio, fez uso de termos generalizadores, tais como ‘figura alguma do que está em cima no céu (anjos, querubins, etc), em baixo na Terra (homens, animais) e nem nas águas debaixo da Terra (animais).

O caso do bezerro de ouro também é esclarecedor: a imagem foi feita para uma festa ao Senhor, conforme está escrito em Êxodo 32: 4-6. Mesmo assim, o bezerro foi destruído.

Um comentário:

Anônimo disse...

Nem as nossas leis humanas possuem hierarquia entre si. Cada ato legislativo possui um competência definida e se houver divergência entre duas normas, é porque algum ente federado exorbitou seus limites e adentrou na competência de outro. Nesse sentido, a lei municipal não é hierarquicamente inferior à estadual, apenas possui campo de atuação diverso. Isto no Direito chama-se "conflito aparente de normas". Na Lei de Deus, continuando o paralelo com as nossas leis, também não há, nem poderia haver tamanha divergência. Se o Senhor proibiu de maneira geral e em certos casos autorizou, isso seria a Lei geral e a específica, respectivamente. A lei específica serve apenas para aquele caso, sendo a geral utilizada como preceito fundamental e base de conduta. O interessante é que o catolicismo prega que a Bíblia é a Palavra de Deus, no entanto, a doutrina católica serve continuamente de escândalo ao tornar tão contraditório o seu próprio instrumento de fé. Colocam as Escrituras e os documentos feitos em Concílios em linha de igualdade, daí decorre tanta confusão. Falar de idolatria e conseguir ser conciso é algo extramente difícil, tendo em vista a enorme quantidade de proibições que o Senhor fez a este tipo de desvio humano. Se fosse para citá-las, mais eficiente seria colocar a Bíblia em anexo.

Adorei o texto! Só passei para elogiar e dizer que comungo da mesma opinião. Parabéns pelo blog, que Ele alcance a muitos.
Amanda L.