quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O Maior de Todos os Pecados - Parte I

O Maior de Todos os Pecados – Parte I

[a ser atualizado]

Há vários motivos pelos quais a idolatria é o maior pecado. Vou citar apenas alguns, mas antes cabe advertir que a idolatria não é um conceito restrito à questão de imagens de esculturas. Cultivar a veneração de imagens é apenas um caso particular da questão.

A idolatria pressupõe a existência do ídolo, que é o objeto da idolatria: a coisa, a pessoa (viva ou morta), o deus idolatrado (material ou espiritual). Só há o pecado de idolatria se houver o ídolo. Por sua vez, o ídolo é o objeto que passa a ‘substituir’ ou simplesmente ‘completar’ Deus.

Quando temos por referência o Deus Eterno, Infinito, Perfeito, Todo-Poderoso, então qualquer coisa tomada como substituta de Deus ou mesmo intermediária entre Ele e homem constituirá idolatria, visto que ficam postos em xeque esses atributos de Deus.

Quando um ídolo é eleito, não há como negar que o eleitor viu em Deus alguma falha, alguma falta, alguma incompletude. Portanto, o ídolo se torna mais importante do que Deus, na visão do idólatra, visto que parece preencher esse vazio supostamente deixado por Deus.

Pessoas que se prostram diante de imagens, mesmo que com o pretexto de se relacionarem com Deus, não podem negar que elas, no seu íntimo, não se sentem bem relacionadas com Deus a ponto de merecerem a atenção dEle, se não for através dessa espécie de pistolão: o ídolo.

Dessa forma, o caráter de Infinito e Todo-Poderoso de Deus fica violado, na visão do idólatra. É ferido aqui o princípio máximo de Deus: NÃO TERÁS OUTROS DEUSES DIANTE DE MIM.

Quando Deus estabeleceu sua grande Lei, foi a idolatria que apareceu em primeiro plano: o pecado da idolatria foi condenado no primeiro mandamento. Na verdade, em termos explícitos, os três primeiros mandamentos tratam exclusivamente de idolatria. É um evento tão relevante que teve que ser desdobrado em 3 mandamentos – justamente os três primeiros.

Por outro lado, o pecado da idolatria é o único que, se cometido, implica o cometimento de todos os outros pecados, visto que, desde que Deus foi ignorado, tudo o que você fizer a pretexto de cumprimento dos demais mandamentos será casual e não decorrente de uma obediência a Deus – já que Este deixou ser Deus para você.

Isso pode parecer estranho, mas vamos fazer a seguinte ilustração: uma pessoa que rejeita Deus – como um ateu, por exemplo – estaria cumprindo a lei de Deus relativa ao adultério se ele não comete adultério? Penso que não, uma vez que ele mesmo reconhece que age assim porque se supõe gente boa e não porque aprendeu de Deus que isso é bom.

Um outro sintoma de que a idolatria é o grande pecado pode ser notado quando se observa o tamanho da punição aplicada. DEUS QUIS DESTRUIR O POVO por causa do bezerro de ouro. Tratava-se, nas circunstâncias de então, da maior penalidade aplicável.

Outro sinal: qual foi o primeiro pecado? Exatamente o da idolatria. Na Terra, Eva o cometeu, antes de levar a cabo o ato de provar a fruta proibida. A mulher poderia, por si mesma, ter tido vontade de comer a fruta, mas essa vontade não seria pecado se não levada a efeito como decorrência do simples respeito à ordem divina.

O ato de comer a fruta não constituiu pecado em si, visto que a árvore foi feita para ser útil na época e nas circunstâncias que seriam determinadas por Deus. Deus não criaria a via de acesso à inteligência sem que tivesse a intenção de dá-la do homem no tempo próprio.

Antes de Eva comer o fruto, ela teve, obrigatoriamente, que crer que era verdadeiro o que a serpente lhe dizia. Ou seja, ela deu mais importância à voz da serpente que à de Deus, e, ali, o primeiro ídolo da Terra foi eleito.

Mais uma vez, a punição foi gigantesca, pois o homem perdeu o acesso à imortalidade, o bem mais cobiçado da humanidade. Ainda bem que Jesus se tornou a nova Árvore da Vida – o meio pelo qual o homem terá resgatada essa sua condição primordial.

Retroagindo ainda mais no tempo, bem antes da criação do mundo, o pecado de idolatria também teve seu lugar: o Lúcifer o cometeu, elegendo a si próprio como ídolo. E a punição foi esmagadora e irreversível, como sabemos: Deus não vai perdoar o diabo e sim destruí-lo, pois ele não só cometeu o pecado, como também passou a induzir o cometimento ao homem, mesmo depois da punição, começando com a tentativa junto a Eva.

Quando vamos ao Novo Testamento, observamos Jesus referir-se ao pecado da idolatria de forma TEXTUAL, por ocasião da tentação no deserto. Jesus veio ao mundo e nos deixou um conjunto de palavras, que servirão de julgamento no último dia, como Ele falou em João12:48.

Quando alguém perguntava quais eram os mandamentos, Jesus usava palavras próprias para explicar e evitava citar literalmente a redação da lei de Deus. No entanto, quando satanás pediu que Jesus o adorasse, o Mestre citou LITERALMENTE a Lei de Deus. Jesus falou: “ESTÁ ESCRITO: a teu Deus adorarás e só a Ele darás culto” Foi a única resposta de Jesus que Ele fez questão de não adicionar qualquer adorno – o que poderia ensejar que a idolatria da Lei teria que ser complementada, mesmo que no sentido de radicalização (explicada a seguir). O que estava escrito, valia e valeria por toda a eternidade.

Esta minha última afirmação pode parecer pôr em xeque a validade dos demais mandamentos. Note, entretanto, que todos os mandamentos foram repetidos por Jesus em sua nova forma de abordar o cumprimento. Todos mereceram um aspecto de ‘radicalização’ e, paradoxalmente, ‘libertação’, por causa do poder perdoador de Jesus. Todavia, o da idolatria não mereceu reparos: valia o que já estava escrito!

Em todos os episódios em que a Lei era invocada, Jesus bradava palavras próprias que serviram para mostrar ao mundo a sua nova versão mais radical de cumprimento da lei de Deus, onde o pecado, a partir de então, saía de sua condição de simples transgressão de ‘documento escrito’, para assumir o plano das intenções. Agora - disse Jesus - é o que “sai da boca do homem” que o contamina. E ainda: “a boca fala do que está cheio o coração”.

Exemplificando: no tempo da Lei, ter a intenção de cometer o adultério não caracterizava ato digno de punição. O crime só se estabelecia se o ato fosse efetivamente cometido. Jesus, entretanto, disse que apenas a intenção já constituía pecado de adultério.

Sob certo aspecto, isso pode parecer uma radicalização extrema, mas não é; e o motivo foi dado pelo próprio Jesus: Ele implantou o perdão, através do arrependimento. Essa foi a liberdade, a libertação trazida por Jesus. O nosso Senhor disse certa vez: "se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres". [João 8:36].

No Velho Testamento, um homem foi morto por que foi flagrado rachando lenha no dia de sábado. Em Jesus, uma mulher adúltera deixou de ser apedrejada, porque Jesus a perdoou. Jesus não deixou de considerar o ato um pecado, mas não o corrigiu na forma da Lei.

Um pergunta

Tenho ouvido freqüentemente a seguinte pergunta: pessoas crentes em Deus que solicitam a intercessão de líderes de igreja para a solução de seus problemas, tal como fazem os evangélicos, que se prostram diante de pastores para que estes orem por eles, não estariam sendo idólatras? Para saber por que não ou por que sim, clique em:

O Maior de Todos os Pecados – Parte II

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