sábado, 20 de outubro de 2007

O Que é o Sábado

O que é o Sábado

Por causa do dia semanal chamado ‘sábado’ no nosso calendário e em muitos outros idiomas, muitas pessoas confundem o termo ‘sábado’ usado pela Bíblia como sendo esse dia do calendário.

Quando a Bíblia fez menção, pela primeira vez, ao sábado a ser praticado pelo homem, ela não se referiu a uma semana de sete dias que estava em curso antes. Essa primeira menção aconteceu por ocasião do maná, onde Deus falou ao povo que, no sétimo dia da colheita (E NÃO DE UMA SEMANA EM ANDAMENTO) o povo não saísse do seu lugar. Isso está escrito em Êxodo 16: 1-30. Neste último versículo está escrito: “assim descansou o povo no sétimo dia” – o que caracteriza que não havia prática instituída por Deus até então.

Nesse episódio, a Bíblia não disse que o primeiro dia da colheita era o primeiro dia da semana que já estava em curso. Se Deus quisesse preservar tal suposta semana, esse pormenor não deveria ter sido omitido. Ele certamente diria: ‘ao sexto dia da semana...’

A segunda menção – que é a principal para se entender o que é o sábado – ocorreu em Êxodo 20:11, que trata do quarto mandamento do decálogo. Mais uma vez o Senhor não se referiu a uma semana em curso. Deus não definiu que o trabalho deveria ser de domingo a sexta-feira (ou seja, do primeiro ao sexto dias da semana). Assim falou Deus: “trabalharás seis dias”. Deus nunca disse: trabalharás do primeiro ao sexto dias da semana’.

É sintomático, ainda, que, conforme está escrito em Êxodo 12: 2, o povo de Deus tenha saído do cativeiro sem a menor noção de tempo, tanto que Deus teve de convencionar qual seria o primeiro mês do ano. Ora, se o povo estava perdido quanto a meses, imagine quanto a semanas... Disse Deus nesse trecho: “Este mesmo mês vos será o princípio dos meses: este vos será o primeiro dos meses do ano”. O uso do termo ‘será’ (no futuro) indica que não era antes.

Esse trecho de Êxodo 12: 1-28 trata da instituição da páscoa e ocorreu antes do maná e da promulgação do decálogo. Deus foi enfático quando disse que o que acontecia no primeiro dia (descanso e santa convocação) também deveria acontecer no sétimo dia. E também isso foi estabelecido como memorial por estatuto perpétuo, apesar de que muitos sabatistas modernos ignorarem essa ordem nos dias de hoje.

Deus também foi enfático ao dar à páscoa o atributo de ‘memorial’ bem definido, que era para lembrança do livramento do Senhor em relação ao Egito. Esse rótulo de memorial não aconteceu quanto ao sábado. Para provar isso, é suficiente confrontar as redações do quarto mandamento em Êxodo 20:11 e Deuteronômio 5: 15. Neste último, Moisés confere importância ao dia de sábado não mencionando a Criação e sim o livramento do Egito. Percebeu? Se Moisés fosse um adventista moderno, ele jamais teria ‘trocado’ esse lembrete da Criação pelo da páscoa.

Pode surgir uma pergunta interessante aqui: teria Deus considerado o evento páscoa SUPERIOR ao sábado?. A resposta é ‘não’. Mas não se iluda: a resposta é ‘não’ quanto à páscoa ser considerada INFERIOR ao sábado. As ordens divinas não têm hierarquia, como se Deus fosse imperfeito, fosse humano. Deus instituiu no decálogo a ordem ‘não matarás’, mas, quando Ele mandou seu povo matar, o povo não questionou: cumpriu literalmente a ordem, como no caso da invasão de Jericó (Josué, cap. 6).

Além disso, Deus não exigiria memorial de um evento (a Criação) ao qual o homem não assistiu. Adão não viu absolutamente nada ser criado, nem mesmo a criação de Eva. Não faria sentido lógico exigir memorial. No caso da páscoa, o povo de Deus foi diretamente participante e o evento pode assumir perfeitamente as características de um memorial.

O registro de Deus em Êxodo 20:11 quanto ao evento Criação se destinou a mostrar ao homem que se Deus tinha achado por bem descansar após seis dias, não caberia ao homem alargar esse intervalo. Não é honesto ignorar isso, pois Moisés não fez questão de lembrar o tal memorial quando repetiu os dez mandamentos.

Conclusão: quem descansa no domingo do calendário, no sábado, na sexta-feira, não está, estritamente por este motivo, descumprindo a Lei de Deus quanto ao repouso semanal.

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